A Subsecretaria Pedagógica (SUPED), através da Coordenadoria de Educação de Jovens e Adultos (CEJA) está à frente do projeto “Por uma Cultura de Cuidado, Paz e Respeito”, uma iniciativa que amplia o papel da escola ao promover acolhimento emocional, diálogo e vínculos afetivos entre alunos e a comunidade escolar. Com foco na promoção da saúde mental, no combate às violências e no fortalecimento das relações afetivas nas escolas, a proposta vem ressignificando o papel da educação na vida de jovens e adultos que retornam aos estudos por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
A escuta é o ponto central do projeto, que teve início em 2024. Miriam França, coordenadora da CEJA, lembra que os alunos da modalidade são marcados por fragilidades, o que torna o projeto ainda mais importante:
“Eles precisam de acolhimento, de autoestima. Precisam entender que são capazes e que pertencem à escola”, comenta.
Através de palestras, rodas de conversa, dinâmicas e grupos de estudo, a iniciativa aborda diversas questões, como saúde mental, escuta ativa dos alunos, violência contra a mulher, bullying, afetividade na aprendizagem e prevenção ao suicídio. O projeto é voluntário, e as escolas também podem sugerir temáticas que mais se adequem a sua realidade.
A experiência com as turmas têm demonstrado a potência dessa abordagem. Casos como o da Escola Municipal Barão do Amapá, onde a maioria dos alunos são idosos, mostram que não há idade para o resgate da autoestima e do pertencimento. Lá, a discussão sobre relacionamentos abusivos, por exemplo, gerou uma comoção e ao mesmo tempo uma discussão entre as mulheres presentes, que encontraram espaço para compartilhar memórias e dores. Para Inês Cruz, Psicóloga da CEJA, são esses momentos que mostram a importância da iniciativa: “É quando vemos o quanto estamos contribuindo. Quando eles se emocionam, nos procuram, pedem mais encontros, é porque está fazendo sentido”.
Além de oferecer um espaço seguro, o projeto também atua como um elo entre o aluno e a rede de apoio do município, como os serviços de saúde, assistência social e proteção à mulher. Mais do que uma proposta pedagógica, o projeto representa um compromisso com a reconstrução da dignidade e da autoestima dos alunos da EJA.